segunda-feira, setembro 19

The Blood Arm, The Sunshine Underground & Every Move a Picture

Londres, 25 de Agosto

Show de ontem no 100 club, aquele mesmo lugar em que fui assistir o show dos Dogs. Eu fui lá pra ver The Sunshine Underground, que o Denis tinha me mostrado e eu tinha ouvido no Myspace e adorado a musica Put You in Your Arms. Cheguei lá e tive uma ótima surpresa.










Every Move a Picture
começou tocando, o lugar ainda estava beeem vazio, mas eles mandaram ver assim mesmo. São uns caras de San Francisco, com um rockzinho bem dançante. Signs of Life é uma delícia, apesar de te dar aquela sensaçãozinha de que você já ouviu isso em algum lugar.


Depois, vieram os meninos do The Sunshine Underground. Meninos mesmo, o mais velho tem 24 e os outros todos 22. Já começaram com Put you In Your Place, música do caralho, o primeiro single que, apesar das outras músicas também serem bem boas e ter umas duas que quase chegam no mesmo nível, ainda é a melhor. Depois do show eu estava batendo um papo com Stuart, um dos guitarristas, que me contava que eles iam dirigir de volta pra Leeds, naquela noite mesmo, porque eram tão pobrinhos que não podiam pagar hotel e a gravadora deles não pôde nem pagar a van (eles tiveram que alugar uma naquela manhã com dinheiro do próprio bolso). Eles também tocaram no Leeds Festival no fim de semana seguinte.

Da mesma gravadora pobrinha veio depois o The Blood Arm, de LA, a banda que realmente me deixou passada. Ontem, à tarde, eu tinha até visto o single de 7" deles na Virgin, mas nunca tinha ouvido falar, então não dei muita atenção.

Antes da banda subir ao palco, entra um cara berrando com cara de fanático religioso: "Eu morava em Los Angeles, e durante 26 anos eu vivi numa família que abusava de mim. Todos os dias, durante 26 anos da minha vida, eu sentava na mesa para jantar e meu pai me batia, meu pai me batia, me socava e me acertava com a cadeira. Meu pai me dizia que eu era um fucking loser, e me batia com a cadeira, me batia com a cadeira. Até que chegou esse dia, um dia onde uma voz divina me salvou e me trouxe aqui, para o 100 club em Londres." Bom, isso foi a versão resumida do discurso do cara.

Enfim, completamente sem noção. Logo depois, entra a banda. Um vocalista completamente alucinado, de um metro e meio com cara de ticano e que corria de um lado pro outro, andava no meio da galera, se jogava no chão, pulava pra lá e pra cá, subia nas mesas e de vez em quando dava uns abraços em uns caras, perguntava o nome e acabou dedicando uma música para um tal de Robin. A banda começou a tocar uma música e ele mandou todo mundo parar, desceu do palco e perguntou pro cara "qual seu nome?" Era Robin. "Robin, você sabia que eu ia estar aqui hoje?" Sim. "Robin, were you meant to be here tonight?" Yeah! "Então, Robin, essa música é pra você."




















No final do show, esse maluco se joga em cima do baterista e derruba tudo. Depois disso, ainda fica um som reverberando por um tempo e eles voltam pra mais umas duas músicas. A essa altura o lugar já estava bem mais cheio e tinha uns que cantavam em coro "i like all the girls and all the girls like me..."


















Quanto ao som de fato, se os caras são bons? Muuuuuito bons, eu diria, confere no site deles as músicas e os videos. E espero que as fotos retratem um pouco do que foi o show que tentei descrever...

Texto e fotos de Carol Sachs
(edição: Denis)