terça-feira, novembro 28

Hot Hot Heat
Nokia Trends 2006
Arena Skol Anhembi 25/11/2006
São Paulo - SP

Bem...
O que falar sobre um show perfeito sob uma estrutura perfeita armada no Anhembi???
MEMORÁVEL e FANTÁSTICO! Acho que é assim que posso definir aquele show
daquele pessoal daquele frio país chamado Canadá... Que de frios nada tinham... eram absolutamente quentes e deviam estar se sentindo em casa no Brasil. Eu notava a expressão de cada um dos integrantes da banda, eles estavam em um estado misto de êxtase, alegria e emoção que transparecia nos olhares lançados ao abençoado público que pode estar ali, naquele momento assistindo ao Hot Hot Heat simplesmente mandando ver... Não foi à toa que o pessoal do We Are Scientists fizeram várias observações no meio de seu show, dentre uma delas "Hot Hot Heat are the Best!" A cada música iniciada eu me virava para meus camaradas presentes e falava "Nossa... não estou acreditando, é muito bom!" Lá pelas tantas, o show tinha muito HHH pra rolar ainda e eu soltei mais uma: "Este show está entrando na lista dos 10 melhores shows que já vi na minha vida!" E agora ainda digo mais aqui: Figurando lá no topo, entre os 5 mais! E não foi sem tempo, pois me surpreendeu sem ao menos eu esperar por isso. Aliás, juro a voces, fui lá para ver em primeiro lugar Bravery, em segundo We Are Scientists, em terceiro Hot Hot Heat, que tocou antes dos 2 mas sería muito mais justo ter sido o headline e fechado com chave de ouro aquela noite. Surpreendeu-me mesmo! Foi de arrepiar!
Nunca tinha dado muita atenção ao HHH, a não ser por alguns hits e um dvd que tenho de um show deles no Glastonbury 2005, que eu assisti só uma vez, gostei mas acabei deixando de lado, mas agora ele vai frequentar e muito o meu aparelho de DVD lá de casa.
Bom... não vou estender mais pra voces não acharem que estou "babando ovo", mas já babei... este foi o setlist:


No, Not Now
Island of the Honest Man
Change Change Change
Get In Or Get Out
Dirty Mouth
Talk To Me, Dance With Me
Middle of Nowhere
Le Le Low
You Owe Me An IOU
Jingle Jangle
Oh, Goddamnit
Naked In The City Again
Elevator
This Town
Goodnight Goodnight
Save Us S.O.S.
Bandages

Está de parabéns a produção do evento do Nokia Trends! (Caixa alta) Magnífico, Tudo Muito Perfeito, Tudo Coberto, Tudo no Horário, Lounges Bem Confortáveis, Dezenas de Telões para Tudo Quanto é Lado, A Qualidade Sonora mais Perfeita que Já Vi, A Estrutura de Bares e Banheiros Sensacional, As Animações Rolando nos Telões, Telas de Plasmas e na Tela de Led Gigante estavam Incríveis, O Ar Condicionado Saindo de uns Tubos Gigantes nos 2 Stages eu não Acreditei... Animalescos! A Decoração dos Ambientes, O Piso Emborrachado, O Pessoal da Limpeza Limpando a Toda Hora, Não Se Via Um Lixo No Chão, Tudo Muito Bem Organizado, Do Hall de Entrada com Aquelas Telas Gigantes Recortadas e Rolando Uns Videos em Alta Velocidade à Praça de Alimentação lá do outro Lado, Passando pelo Enorme Saguão com Pé Direito de uns 10m de Altura, A Sala Multimídia, Os Corredores de Acesso à Pista Club... Tudo Perfeito!
Achei até que eu estava em algum pavilhão futurista da Epcot Center...

Parabéns Nokia!
Parabéns Hot Hot Heat!
Parabéns a todos as outras bandas e DJs que fizeram parte deste evento!
Estrutura e organização de Primeiro Mundo!
Que seja assim nos próximos anos...

Abs a todos.

Carneiro

sexta-feira, novembro 17

''Dando continuidade á série Cenário do New Rock Irlandês, seguimos com a segunda banda... ''


HYBRASIL

Banda formada em Wicklow, Irlanda.

Juntos desde os tempos de escola os caras do Hybrasil têm como lema ‘tenha um emprego e tenha uma vida’. Apesar de todos ali não terem um emprego para poder se ganhar a vida, eles preferem enquanto isso apenas curti-la. Spud Brasil (vocal e guitarra) tocava sozinho e às vezes com Sack, em turnês com o Morrissey, Nipper Brasil (baixo) e Neilo Brasil (batera) tocavam garage music na Obi-Wan, Joe Brasil (guitarra e back vocal) era jornalista em Nova Iorque e enquanto Keith Brasil (teclado e back vocal) trabalhava na Sky. Em 2005 se uniram e determinaram que não teríam nenhum emprego e assim curtiriam a vida. Então, com o nome Hybrasil (só não me pergunte o porquê da palavra Brasil em seus nomes e na banda) ele começaram a compor e a tocar juntos.
2006 tem sido um ótimo ano para a banda, assinaram com a FIFA Records, lançaram o seu primeiro EP - We Got Music (que entrou pros Top 40 britânicos) e tocaram com algumas boas bandas do cenário atual - The La's (seu primeiro show em 10 anos), Wags (do Happy Mondays), Idlewild, The Chalets. Fizeram a sua primeira turnê pela Inglaterra onde enlouqueceram o público e hoje, We Got Music (lançada em fevereiro passado) circula entre as TOP 10 das paradas college de Londres. O ultimo trabalho é o single When I'm Yawning, lançado em julho. A canção que dá título ao single é uma mistura de salsa sulamericana, batida dance, guitarras indie, e um kazoo (instrumento exótico de sopro) e já desponta nos setlists das pistas da Grã Bretanha onde já ganhou algumas versões remixadas por DJs. Hoje a banda está em uma turnê por várias cidades irlandesas entitulada “Music & Pictures Explode!”.

O conceito deste título deriva da letra de When I'm Yawning, a qual considera um estado da consciência existente em algum lugar entre dormir e estar acordado. O show é desenvolvido com a idéia de colisão entre a música e a arte, bombardeando o seu público com sons e imagens providas por vários projetores direcionados para paredes, pisos e tetos.
Confiram:
Myspace:
Videos:
(When I'm Yawning)
(Hybrasil on Tubridy Tonight)
Abraços,
Carneiro.

quinta-feira, novembro 16

HUMANZI



Definida por eles mesmos como "um antídoto contra todos os grupos de garotos bonitinhos que perseguem a fama nos vazios deixados pelas bandas de rock que passam efemeramente pelos dias de hoje", essa banda irlandesa de Dublin consegue evidenciar o seu amor por hinos e canções eufóricas em cada uma de suas músicas que tem todas potenciais para serem hits das pistas do new rock.
Tal como a preferência pela busca em vão pelo escapismo à realidade em suas letras, o som da banda também procura expressar essa frustração ao mesmo tempo em que celebra como uma vitória por não serem eles os únicos no mundo a pensar desta forma.
As músicas trazem a tona temas complexos e politizados como a solidão, o isolamento e a cultura da opressão, entregando-se a uma sonoridade que nos eleva espiritualmente e mostra ao mundo o porquê precisaremos tanto desta banda.
Formada por Shaun Mulrooney (vocalista, guitarra e teclados); Colm Rutledge (guitarra e vocais); Gary Lonergan (baixo); e Brian Gallagher (bateria e vocais), Humanzi combina guitarras com dance beats, tendo como influencias uma vasta lista de bandas que vão do rock classico rock ao punk rock e pós punk, passando pela música electronica dark: Primal Scream, The Clash, Velvet Underground, Joy Division, The Stooges, Sonic Youth, J&MC, Depeche Mode, Daft Punk e LCD Soundsystem. O som de Humanzi é basicamente fértil e ao mesmo tempo claustrofóbico. Eles despontaram no cenário irlandes do new rock em 2005 com
o hit 'Fix the Cracks' em um debut single de mesmo nome lançado pela Fiction Records. Logo depois no começo do ano vieram com o single 'Long Time Coming' e em julho deste ano seu terceiro single 'Diet, Pills & Magazines' lançado juntamente com o seu primeiro álbum 'TREMORS' o qual eu sugiro conferir. 'Tremors' é um trabalho de um ano de empenho de produção por Chris Vrenna, Nine Inch Nails e Gareth Mannix e em co-produção com a própria banda.
A banda em 2006 seguiu em turne com ícones como Ian Brown (ex-Stone Roses), Battle, White Rose Movement e Dirty Pretty Things em shows na maioria realizados na Inglaterra.
Seguem os link:


Myspace da banda:
http://www.myspace.com/humanzi
(confiram Help Me In The Morning e Out On A Wire)


Videos:
http://dynamic.rte.ie/av/2112030.smil
http://www.youtube.com/watch?v=jKRDyE407kg
http://www.youtube.com/watch?v=BOLzTT8zyxo
http://www.youtube.com/watch?v=ORLichzlIQg
http://www.youtube.com/watch?v=5Xae6j_9VaU
http://www.youtube.com/watch?v=SJR1MzZ6J2E
http://www.youtube.com/watch?v=-_WXkcYz-Vs

NME News:

http://www.nme.com/news/humanzi/24801

http://www.nme.com/news/humanzi/24792

http://www.nme.com/news/humanzi/22492

Abraços...

Carneiro

Como foi a Festa dessa Terça pra você?


Finalmente.
O quê?
Finalmente festas bacanas, com gente legal, em lugares du caralho, enfim, vocês sabem o resto ; )
Digo “finalmente”, pois tivemos alguns percalços, no caminho, fazendo a festa em véspera de feriado que não era e em dia de semana que não rola (ainda mais com chuva). Bom, passado. O lance é que as duas últimas foram sensacionais. Em Londrina, incrível e surpreendente. Em Curitiba, de volta aos bons tempos.


"Senhor Tempo Bom"

Que tempo bom...

Fez tempo feio durante o dia. “Que saco!”
À noite, garoa, depois chuva. “Será que o povo vem?”

Veio! Apesar de alguns terem desistido ainda em casa e outros lá na frente, devido à fila com chuva, muita gente apareceu e, melhor ainda, algumas pessoas que eu não tinha visto nas últimas edições. Chegaram mais tarde que o de costume, mas compareceram, estavam dispostos e todos nos divertimos um monte, não foi?

22:00

No começo, discotequei coisas bem novas, com algumas já ‘antigas’, mas que não foram, digamos, propagadas. Apesar de, desta vez, ninguém ter ido dizer o nome da música e banda que estava tocando e, assim, ganhar a entrada, vieram me falar “que legal isso” (no caso, “Sofa song”, The Kooks), “caralho, que banda é essa?” (The Fratellis. Sempre perguntam), “nossa, é Moptop, mandou bem” (banda nova, do Rio), “tocou Datarock, hem!” (noruegueses que a Laritza me apresentou e que o Lino houve há tempos já, não é? ; ). E rolou muito mais bandas bacanas, nessa uma hora e meia de discotecagem.

23:30

Quando a entrou, algumas poucas pessoas tentavam formar uma pequena roda de gente dançando. Não demorou, logo outras se juntaram. A Carina tem o set mais rock de todos que tocam na INMWT. Um set muito bem composto, apenas de bandas com vocal feminino e, não por acaso, bastante gritado (há!). Mesmo assim, ao invés de espantar, pois é coisa nova e estridente, diferente da maioria das bandas novas inglesas, que quase são mais pra dançar, a galera se jogou na pista e curtiu o set todo. Achei muito bem editado e começava em alto estilo a festa.

00:20

Depois, veio o Marco, também com um set muito bem editado, menos rock e mais dançante, misturando às vezes as duas coisas e balançando a pista. Perfeito, cada um imprimiu sua personalidade na escolha da composição dos sets, que é o mínimo que um ‘DJ’ de rock tem de fazer, apresentando ao público um trabalho de pesquisa bem feito, não apenas escolha de músicas aleatórias e que funcionam, na hora. Agradeço aqui, publicamente, a ambos por isso. Antes da festa, conversamos todos pra fazermos sets menos óbvios e procurando apresentar mais coisas novas. E assim foi. E, então, veio nosso convidado, Alexandre Heringer, de Londrina.

01:10

Antes dele discotecar, me perguntou. “Po, isso vale?” Estava rolando um som que bebe do eletrônico, apesar das guitarras. “Claro que sim, é nova música, não?” Na INMWT acabou predominando mais o rock, porém a festa não se limita a ele. Apesar do público já estar acostumado a ouvir mais rock, não eletrônico, e reclama se a noite vai pra esse lado... Mesmo assim penso em realizar uma INMWT de música eletrônica, com outros DJ’s, que esses possam apresentar só músicas e artistas novos nessa linha. Dialogar os estilos para que o público, assim como passou a apreciar coisas novas, passe a apreciar diferentes estilos, sem preconceito. Afinal, in new music we trust. Certo?

O lance é que o Alexandre entrou e surpeendeu, fazendo da INMWT isso, acima. O som dele beirou o eletrônico, passou pela agora comentada New Rave, com bem pouco rock durante. Um set que agradou demais ao público, apesar dos “puristas”, rá! A mim, esses três primeiros sets foram o modelo de INMWT que eu tanto vislumbrei um dia. Coisas novas, independente dos diferentes estilos, com as pessoas dançando apesar de não saberem a letra nem nunca terem ouvido e, o melhor, sem preconceito e apreciando a música em si. Sensacional, não acha!?

02:00

Quebrando o protocolo, pois estava muito cheio e dava pra encaixar mais um set antes dos duelos, entrei eu estragando o bom andamento.

02:50

Mas, passa, pois logo vieram os duelos e Cá X Marco foi uma bela briga que, disseram pra mim os espectadores, querem ver revanche (não vou dizer quem foi a DJ que ganhou, rá!).

03:50

E eu X Alexandre não deixamos por menos, acabei indo atrás dele, tentando responder à altura e me redimir pela quebra de protocolo e bom andamento das discotecagens ; )

04:50

E, claro, mais pro final vira zona, todo mundo na cabine, gente pedindo música, Dj tocando coisa nada a ver, rock antigo, repetindo música, uma bagunça. Até ter de desligar o som apesar da pista, quase 6hrs da manhã.


Por fim

Vamos descansar, mas um pouquinho apenas. Pois não dá pra permanecer exausto ou embriagado, nem desatento e acomodado, enquanto tanta coisa bacana vem surgindo e outras precisam ser melhor apreciadas e ainda tem aquelas das quais precisamos nos livrar.

Enquanto outra edição da festa não vem, continuamos o trabalho de pesquisa, a falação desenfreada sobre nova música, vídeos, Sets na rádio, duelos de outros Dj’s, comunidade, enfim, muito mais além de toda a confraternização.

Obrigado a todos que lá estiveram. Eu sinceramente gostaria de liberar a entrada de todo mundo, pois é tão bacana vê-los lá. Mas, é trabalho, tem todo o esforço além dos custos. Vocês entendem, não é!? (há!)

Abraço’s ; )

ps.: um lance bacana foi o de que poucas pessoas foram ao bar por acaso, por simplesmente ser véspera de feriado. A maioria estava lá pela festa, sabendo que nela só toca música mais nova. Não importa tanto superlotar o lugar, mas sim ter um público fiel e consciente do que está acontecendo. Agradeço a todos por comparecem e contribuírem para que tenha rolado tão bem a festa. Não direi “até uma próxima”, pois a gente se vê por aí, seja em outras festas na cidade ou aqui pelo blog e pela comunidade ; ) Keep in touch & trusting all days 'n' nights long!

ps.2: esqueci a câmera em casa e não pude resolver a tempo. Estamos sem fotos e sem vídeos, infelizmente. Culpa minha e da minha irmã que não me lembrou a tempo, rá! Foi mal, bem mal.

segunda-feira, novembro 13

INMWT, Amanhã, no James ; )


(clique na imagem pra ampliar)

terça-feira, novembro 7

Em que você trust?

Denis: "É mal notar a galera desprezando todo um trabalho, devido ou ao sucesso ou à simplicidade de uma música"
Fulano de tal:"É como se os papéis se invertessem e uma canção já nascesse tendo maior dimensão que todo o álbum do qual ela faz parte

Uma das questões que povoam minha cabeça enorme (e não apenas a respeito de música, mas que aqui seja esse o foco) é a da efemeridade de nossa atenção, conseqüência da insuficiência perceptiva e a conseqüente queda nos índices de sensibilidade. Não por acaso, questão tão atual quanto menor sua obviedade. E digo isso porque a tendência parece ser absorvermos a modernidade como se ela fosse a exata medida do fôlego que precisamos para respirar vida. Do que exatamente estou falando, Denis? Sendo simples e direto, estou querendo dizer que.

As pessoas têm reconhecido as bandas pela música, se aquilo se assemelha a “Take me out” ou “Obstacle 1 ou “Room on fire”. E não quero dizer que deveriam falar que os primeiros têm visual igual ao do Pulp, os segundos soam Joy Division ou os terceiros roubam riffs do Television, pois esse é o modo de raciocinar da geração anterior (vide as constantes guerras entre os países new music contra os old school – capítulo a
no passado, versículos meses a fio). Dando o tapa em cheio na cara, importa dizer que ninguém mais (o drama é pra chamar a atenção) ouve o álbum. A galera mais nova (e, aqui, estamos todos nós os modernos, sejamos pós-, contras-, antis- ou símios) gosta da música e mal se preocupa em saber, ou percebe, que ela é parte de uma obra chamada álbum.

Muito comum entre nossos antepassados, os álbuns eram não compilações de músicas ou apanhados gerais do que fizemos de último, e sim conceitos musicais - traduzidos em canções - separadas por faixas – combinadas nesse todo - transformado em obra. Antes, sulcadas quase que manualmente em vinis e, na década passada, até atingiu o moderno formato do CD. Agora, as encontramos por aí, espalhadas em meio aos bilhões de bytes salvos na forma comumente conhecida por mp3, um jargão pós-moderno.

Não se trata de realizar aqui e agora uma ode ao passado, pois há muito, já, o olhar sobre o passado não alivia nossa culpa presente, sequer aponta desígnios futuros, pois perdemos a capacidade de vê-los nas entrelinhas do que já aconteceu. Enquanto uns cultuam o passado e outros enaltecem o futuro, proponho reunir os opostos e discutir o momento atual, apenas como uma forma de atentar, em conjunto já que
estamos fraquinhos para fazermos sozinhos, à tal modernidade (ou o nome que queiram dar) em que vivemos.

Se acreditamos na nova música, falta a creditarmos como digna de uma atenção maior versus a efemeridade de nossos consumismos, oportunismos, neologismos, macaquismos. Enfim.


sexta-feira, novembro 3

Como foi o TIIIIIM Festival? Em Curitiba.

De onde você assistiu às apresentações do TIM Festival, como ele foi? Pois, a mim, parece que para cada pessoa existe a mesma opinião de doze mil lugares.

Intro.

Antes de mais, um parêntese. (Você sabe quem é Josh Davis? Então leia sobre o fenômeno Brainfreeze, ou ouça, se quiser conhecê-lo como aconteceu comigo. Ou então saiba que ele inventou o Trip hop. “É um equívoco, não fui eu”, ele diria.)

Bom, esse parêntese pouco importa, afinal, quem é mesmo aquele carinha lá no meio do palco? Tímido, por conta do público, ele escancara o óbvio reconhecendo que “vocês não conhecem a minha música”. Não, senhor, sabemos é da Patti Smith porque é famosa, dos Yeah Yeah Yeah’s porque estão hypados (apesar de torcermos os narizes e cruzarmos os braços para não entrarmos nessa onda) e os Beastie Boys porque, “po, cara!, Beastie Boys é Beastie Boys, todo mundo tá ligado, yo!

Nação Zumbi.

Esse foi o TIM Festival que aconteceu de onde eu estava, no meio do público, não muito cá nem muito lá, manja? Ali onde não havia cobertura e a garoa fina me obrigou a vestir o capuz e acompanhar os shows imaginando, nos intervalos, como seria legal vê-los em outro lugar. “Mas a Pedreira é um tesão, cara!" Ela vazia é um lugar lindo de se ver mesmo. Curitibanos de rocha, acompanhamos os shows à temperatura ambiente, com o ânimo e a agitação da garoa, além do friozinho na atitude roqueira e um gritinho ou outro para mostrar que se está vivo.

Não fui a muitos shows, em minha vida, mas julgando todos aos que fui sob o quesito “comoção”, os desse TIM Festival foram os menos empolgantes. Algum problema nisso? Mas é claro. Ou você acha que a frieza do público explicada culturalmente vai aliviar o desânimo com shows que poderiam ter se tornado experiências atemporais? Afinal, assistir a um show não faz nenhum sentido, se parecido com ver um DVD em casa tendo a opção de repeat.

Josh Davis.

É triste, pois DJ Shadow, menos ainda conhecido como Josh Davis, teve de parar, olhar pra platéia desanimado(s), constatar que nada adiantava mas, independente disso, fazer uma apresentação foda, ainda que tímida, tocando mais pra ele mesmo e agradecendo por educação à atenção dispensada.

Yeah Yeah Yeah's.

E assim mais ou menos foi.

Se não pelos Beastie Boys.

"Até que enFim."

Patti Smith.

Agora, vai se f*der, o que foi aquilo? Ela cantou, pulou, correu, fez pose roqueira, ainda desceu correndo ao meio do público, voltou correndo e ainda correndo subiu as escadas correndo e, num único correndo fôlego correndo, chegou correndo ao microfone e correndo imendou correndo o refrão sem respirar, na mais bela e fina voz. O que? Karen’O e seus 20 e poucos anos? Nada, Patti Smith chegando aos 60, em Dezembro. Nossos parabéns!



Beastie Boys.

Deixem que se droguem. Deixem com que fiquem todos bêbados. E, ao final, que dancem, se esfreguem, pulem, se empurrem, caiam, se espremam e desmaiem. Que assobiem, gritem e até chorem, ou então que se batam se for o caso, mas a serenidade de uma platéia de teatro, por favor, isso não. Nem reclamem do cara ou a garota ao lado por eles serem os únicos a não fazerem silêncio nem ficarem parados. Tire você essa cabeça da frente.

Hype.

De resto, quase estou com a maioria e o consenso. Estrutura ótima, som incrível, local deslumbrante, Nação Zumbi não vimos, DJ Shadow não conhecíamos, YYY’s desconfiamos, Patti Smith respeitamos e assistimos (até cantamos “Gimme shelter”, afinal “essa eu conheço”) e nos Beastie Boys todos pulamos. Quem tiver uma opinião que fuja desse consenso, por favor. Ou então, até o próximo TIM Festival. Se é que.

Quer ler mais, e melhor, a respeito do evento?

por Claudio Yuge: http://www.bonde.com.br/canais/canaisd.php?oper=musica&materia_id=305
por Guga Azevedo: http://musica.uol.com.br/timfestival/2006/ultnot/2006/11/01/ult4089u85.jhtm


Curiosidades e bastidores.

por Claudio Yuge: http://www.bonde.com.br/canais/canaisd.php?oper=musica&materia_id=306
FUNK como le gusta, BRAINFREEZE’soul” (tópico), na comunidade Old’s Cool: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11960398