domingo, outubro 30

TIM "FUNERAL"

A dose certa: o gole na medida da tampa de uma Stolichnaya. Fomos de Van para o RIO, com as janelas todas abertas no final da tarde, sol se pondo, todo mundo dormindo e eu relembrando a mesma sensação de dois anos atrás (com outras e mesmas pessoas, shows diferentes, mas o mesmo espírito), agora já segurando toda a garrafa de Stolichnaya quente na mão ao abandonar o copo de Gin com tônica por falta de gelo e olhando as curvas indo e vindo aproximando-se do Rio de Janeiro. Vamos aos shows... (Em SP, uma merda, todo mundo já deve estar sabendo que, ao bater uma brisa, o som abafava (mais ainda). Não valeu e eu pulo esse dia). Já no RIO...

Por que Arcade Fire é considerado o show mais foda dessa galerinha nova? Ainda não vi direito, mas já sei (a apresentação deles só mostrou o quanto eles podem fazer, não valeu de todo). Aquela aglomeração musical de gente e instrumentos no palco é linda, apesar de não ser a banda principal da noite e ter de tocar rápido e sem bis (a galera batendo os pés em coro, no final do show, pedindo bis e vaiando quando as luzes acenderam para arrumar o palco para o Wilco, foi demás). Um show pode ser um conjunto de carinhas mornos tocando suas guitarras, baixos e batera no centro do palco, num timbre caipira e sem empolgação nenhuma (dizem que os Kings of Leon, se agitassem um pouquinho mais do que eles agitaram – que foi nada -, eles rasgariam as calças, as quais são sempre dois números abaixo do mínimo permitido ao corpo). Ok, continuo ouvindo eles, deixa o show pra lá, então! Um show pode ser o conjunto da iluminação explosiva e delicada somada às músicas todas com cara de best of, de uma banda de apenas dois cds. E os Strokes apresentaram ainda mais que isso, pois o show revelou a alguns o quanto o Fabrício, baterista, manda bem demás nas coordenadas e o Strokes é uma banda que merece a badalação que derramam em cima deles. AGORA, um show pode ser a maestria intrumental de uma banda que até a violinista da ponta canta como se fizesse um solo, os intrumentistas ora estão na batera, ora na guitarra, ora no baixo, ora no teclado, e assim por diante é como eles se revezam numa apresentação que conta também com subidas na estrutura do palco, pratos atirados ao chão, coreografia com auxílio da platéia... Lindo e suntuoso, Arcade Fire é realmente como dizem, sensacional.

Domingo, em SP, no Vegas, rolou uma festinha V.I.P. (mas era só chegar pelo lado esquerdo, a lista com os nomes nem existiu), que tinha a incerteza de receber alguns integrantes das bandas que tocaram naquele dia, com o Lucio Ribeiro discotecando lá em cima, enquanto As Gêmeas discotecavam no inferninho de baixo. Só um integrante apareceu... e bem aquele que amigos meus mais queriam conhecer: Jeremy. Sabe aquele carinha alto, de óculos, que toca violino, guitarra e canta no Arcade Fire? Ele estava lá se divertindo em meio à galera e sempre devolvendo um sorriso de “sim, sou eu”. Não fui falar com ele, e fui recebido, depois, com indignação por alguém que ficou no RIO pra ver Elvis Costello “como assim? O cara é o mais legal, devia ter conhecido ele, seu idiota”. Idiota, mesmo. A festinha pode ser que estivesse boa, mas eu estava num estado de cansaço tal, que só consegui perceber as paredes nas quais eu me encostava pra manter meu corpo ainda em pé.

Já estou ansioso pra saber quais serão as novidades do próximo TIM... Interpol é a que mais ouço dizerem que gostariam que viesse. Será?

*no mais, coloco aqui um videozinho curto do show do Árcade Fire no RIO.