sexta-feira, janeiro 5


BOOTLEG ou MASHUP?

(Um versão bem pessoal da coisa)


Eu sempre tive uma idéia do que eram essas duas coisas, mas nunca soube ao certo. Você também? Pois então, quando falavam pra mim algo, que no meio tinha a palavra Bootleg, era pra se referirem a vídeos de shows feitos em câmeras pessoais, em celulares, enfim, material um tanto ilegal, manja? (Aliás, vocês viram o bootleg da morte do Saddam? Enfim) E, quando falavam em Mashup, era pra se referirem a uma certa mistura musical: diferentes gêneros inusitadamente juntos numa única faixa. O quê?

Mashup

Por esse último me interessei mais e fui atrás. Logo, descobri que o que os 2 Many DJ’s fazem é, em sua maioria, Mashup. Achei ótimo, pois eu comecei a fazer edições justamente por admirar o trabalho deles e tê-los visto ao vivo em 2003.

Pesquisando por aí, fiquei sabendo do Cello (que é produtor e um dos integrantes do Bonde das Impostoras) como aprimorar os tais Mashups. Aí me liguei que tem gente por aí fazendo suas edições em casa, jogando na rede ou discotecando por acaso. Depois, o Hermes Pons (DJ do James, aos Sábados, também do JPL, Vox, etc.) me contou que, apesar de todo mundo falar nos 2MDJ’s como precursores do Mashup, foram os Chemical Brothers que começaram. Pra que eu comprovasse isso ouvindo, ele me emprestou o álbum “Live ate the social”, de 1996. Conclusão? É verdade, uns começam, outros aprimoram, mais gente divulga e expande. Com o tempo o circuito se amplia e, hoje, tem muito Mashup que promove alguma banda ou artista pouco difundido, assim como ressuscita outros do passado, além de ter se tornado uma ‘espécie’ musical mesmo, ótima pra pista.

Porém, indo mais a fundo, descobri também que Mashup não precisa ser apenas uma mistura boa pra pista: inusitada, dançante e ponto. Pode ser música pra se ouvir. Quem foi que me mostrou isso? O produtor Steve Lima (que quando dá uma de DJ se chama Futuro). Ele mistura, na maioria das vezes, apenas duas músicas e ressuscita artistas antigos nelas, como a versão “This healing love”, que tem Maroon5 com Marvin Gaye. Simples e ótima!

Mas, Denis, calma lá, pra onde foram os Bootlegs?

Bootleg

Bom, isso é Bootleg. Mas, calma, funciona assim... Digamos que, estes, sejam um gênero (e não apenas musical), com os Mashups sendo uma de suas espécies. Pois eles se referem, na origem, a material não oficial mesmo, que chegou ao público de maneira ilegal (até pirata), fora de mercado, por meios ilícitos (essas coisas bem difundidas em tempos de peer to peer). Ou seja, se referem àquilo que vazou sem consentimento do artista, da gravadora, dos produtores e que, a princípio, nem seria material oficial, comercializável, essas coisas. Porém, hoje, não se referem apenas a material apenas ilegal assim, pode ser algo raro (alguém lucraria muito se tivesse o bootleg, seja filmado ou gravado, do show do Nirvana aqui, em 1991, por exemplo). E isso sempre aconteceu, desde a década de 60. Um dos Bootlegs mais conhecidos é o álbum de 1987 do Prince, chamado “The black album”, que por sinal é impressionante.

E o Mashup, tem alguma coisa conhecida?

Um monte. Tem DJ que ficou conhecido por isso, como o Party Ben (com a banda Team9, no álbum “American Edit”, sob o pseudônimo Dean Gray), na faixa “Boulevard of broken songs”, que une Oasis com Green Day com Travis com Eminem. Se não me engano, até foi para as rádios, na época. E, mais recentemente, foi lançado o álbum (que logo após foi tirado de circulação) intitulado “The grey album”, no qual Danger Mouse (um dos cabeças do Gnarls Barkley) junta acapellas do “Black album” (Jay-Z) com as músicas do “The white album” (Beatles).

Enfim, só quis trazer à tona minha visão da coisa. Não por acaso. É que, esse ano, pretendo incorporar bem mais os Mashups em meus Set’s e conhecer mais gente que faz e trabalha com isso. E, pra que role bem (ao menos sem preconcneito), a galera em geral tem de saber mais a respeito, certo?

Mais alguma coisa a dizer

Dois detalhes. Mashup também é chamado de Bastard pop, por ser o filho bastardo da música, já que nunca serão interpretados por seus artistas originais ao vivo. E não é Remixe, pois essa é ooooooutra história (a qual não me interessa muito).

Isso aí ; )

Quer ouvir?

Tá bom, sei que, agora, quem não conhece quer saber como soa tudo isso. Então, ouve no player da INMWT clicando AQUI : )

E tu pode dançar isso, hoje, se for ao James. Avisa que leu isso aqui, que te dou duas meias-entradas. Alright!