quarta-feira, março 14

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Direto do Putz Factory do Raphael Caffarena.
Se liga no barraco armado que ele sintetizou direitinho pra galera.



CSS Suxxx
(
Yeah, they do. But they never gonna suck you)

Alguém reparou que teve uma briga de egos na Folha de São Paulo essa semana que passou? Motivo? O sucesso do CSS no mundo!

Tudo começou quando alguém na folha teve a idéia de pedir para o Lúcio Ribeiro escrever uma matéria de capa do folhateen sobre o Cansei na imprensa gringa. A linha de pensamento deve ter sido "se tem capa na Plan B, Les Inrockuptibles,Observer e matéria semanal na NME, merece algum reconhecimento por aqui". Nada mais justo, uma vez que o sexteto é reconhecido até por “inimigos” como a banda brasileira que mais sucesso fez no exterior desde os Mutantes.

Como sempre, os textos do tio Lúcio são bem festivos, celebrando o hype que ele mesmo plantou, e que agora está colhendo em forma de entradas VIPs para os concertos e a chance de ficar nos camarins com a galera cool que participou da mesma turnê (Klaxons, New Youg Pony Club e Sunshine Underground). Você pode conferir um trecho do texto a seguir:

Será o auge?

Neste último, tão logo a nova diva indie (não estou mentindo) Lovefoxxx largou o microfone e a banda foi abraçada na saída do palco por integrantes dos outros grupos da turnê, o sexteto paulistano foi recebido no camarim com champanhe e a visita de diretores da gravadora americana Sub Pop (a "dona" da banda), da multinacional Warner (que agora quer ser a "dona" da banda) e de jornalistas ingleses.

No meio dos brindes, um segurança local bateu na porta, para avisar que o grupo nova-iorquino !!! (lê-se Chik Chik, Chik) estava na casa e queria subir para dar um "oi".

O Cansei de Ser Sexy -ou CSS para facilitar a vida dos fãs gringos e a carreira internacional- definitivamente vive seu momento "Quase Famosos", como se fosse a banda do famoso filme de Cameron Crowe (2000). De clubinhos de São Paulo para shows lotados nos principais clubes de Londres.

Só que o engraçado é notar que o ano do CSS, que já contabilizou shows no Japão, Nova Zelândia e Austrália desde a virada para 2007, ainda nem começou...

(continua ...)

Por se tratar do Lúcio Ribeiro, e ainda mais escrevendo um texto sobre CSS o famoso Álvaro Pereira Júnior não se conteve na raivinha e decidiu escrever seu contra texto também na folhateen, só que dessa vez sem capa. O Álvaro se você não sabe já disse que a banda era o Blitz piorado (grupo trash dos anos 80) e numa cobertura do Tim festival soltou a famosa frase: “são gente boa, mas a banda é uma merda!”. Ah e ele é tretado com o Sr. Ribeiro também, então tente ler o quase não tendencioso texto do Juninho reparando bem na parte que ele diz que “não quer se juntar a legião de invejosos que não aceitam o sucesso da banda” para justificar qualquer cutucada que viria a dar. Uma ponta do texto (que segue no link) a seguir.

NA SEMANA PASSADA, o Folhateen deu reportagem de capa para a banda paulistana Cansei de Ser Sexy. Com ajuda do computador quântico inaugurado mês passado no Canadá, calculei que essa foi a 106.575 vez que a Folha publicou um texto festivo e favorável a esse grupo brasileiro que faz muito sucesso no circuito indie europeu. (continua...)

O simpático jornalista tio Ribeiro, soltou uma resposta ótima para o rebelde Juninho em seu blog. Sem se afetar muito ele disse:

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz. Hã?... Ah...
Foi mal. Tava lendo o jornal ontem e deu uma preguiça.
Caí no sono e acordei só hoje.
(Piada interna).

Se vocês conhecem um pouco do Adriano Cintra sabem que ele responde murro com facada. Quando brigou com Erika Paunomilho criou o blog mais divertido dos últimos tempos, o bombator a diaba veste fause e fez uma puta sátira da pobre moça rainha dos bichas. Então, aproveitando suas férias aqui no Brasil, o bateirista do CSS, mandou uma carta réplica à coluna do Álvaro Pereira Júnior. Como esse texto ainda não foi liberado pela Folhaonline vou transcrever toda a resposta.

"Coluna do Álvaro foi tendenciosa e egocêntrica"

O senhor Álvaro Pereira Júnior parece estar muito incomodado de não ser dele a cobertura de nosso sucesso no exterior. Em vez de reclamar sobre a suposta superlativa cobertura de nossos feitos no exterior pela Folha daqui do Brasil, por que ele não pega um avião e vai checar isso de perto? Estaria ele esperando o convite da nossa gravadora, com passagem de primeira classe e hotel cinco estrelas? Seu texto é tendencioso.

Diz que "algumas críticas publicadas, especialmente nos EUA, foram bem negativas...". Sim, algumas foram negativas, mas o triplo foi positivo.

Insinua que ninguém lembra da nossa música, destacando que as tais publicações que ele nem se deu ao trabalho de nomear diziam que nosso som era "derivativo de Le Tigre e Tom Tom Club, para ficar só em dois exemplos". Pelo que eu saiba quem falou que nosso som era cópia de Le Tigre (e Peaches) foi ele mesmo.

Nosso disco figurou em várias listas de melhores do ano de 2006. Ficou entre os 20 primeiros na "Uncut", revista que não costuma levar em conta hypes e outras coisas feias parecidas. Isso, por acaso, foi notícia para ele? Não. É claro que ele prefere omitir esse tipo de informação para convencer os leitores do Folhateen que ninguém liga pra nossa música e fazer pouco caso de nossos shows nos EUA.

Sim, temos mais sucesso na Europa, que engloba 47 países, na maioria dos quais já tocamos e temos muitos fãs, da Finlândia à Grécia. Nos Estados Unidos, é raro estarmos na rua e vir alguém pedir autógrafo. Mas lá, temos muitos fãs, que escrevem alguns dos blogs de música mais importantes do mundo, como o Music for Robots (de Nova York, music.for-robots.com) e o Pitchfork (de Chicago, www.pitchforkmedia.com).

Agora, no segundo semestre, vamos tocar nos mais importantes festivais, como o Coachella e o Lollapallooza, para logo depois fazermos nossa terceira turnê pelo país. Uma coisa que ele precisa entender é que nós não somos e nem queremos ser o U2. Ou o Coldplay, que nos convidou para abrir o show aqui do Brasil e nós negamos. Acabamos de negar um convite do Muse para abrirmos no Wembley Stadium. Nós só nos envolvemos com coisas que realmente acreditamos.

Temos trabalhado como loucos nos últimos nove meses, fizemos mais shows do que qualquer banda nacional, estamos muito felizes e seguros que estamos fazendo a coisa certa, dando um passo de cada vez, e é muito frustrante uma pessoa tentar nos difamar desse jeito sem estar acompanhando de perto o que está acontecendo.

Quando eu li essa coluna, me senti como no dia em que fui tirar a carteira da Ordem dos Músicos do Brasil e a Dona Eulália (a encarregada de decidir se você era músico ou não, um autêntico bastião dos tempos da ditadura) me humilhou e só acabou me dando a maldita carteirinha de músico depois de um bate-boca infernal de 15 minutos. Nesse dia, achei que ia acabar sendo preso por não saber tocar uma rumba na bateria...

(Essa sensação de déjà vu foi mais forte quando ele sugeriu que, para termos o direito de figurar com dignidade nas páginas da Folha, nós precisaríamos ganhar um Grammy. GRAMMY, TIO? Por favor...).

Outra coisa que mostra o quão distante é o mundo dele do nosso: o tal "mercado que interessa". Se, para ele, nosso sucesso não é legítimo porque não conquistamos o mercado americano, bem, então tá. Depois nos chamam de colonizados por cantarmos em inglês... Podemos não vender tanto nos EUA quanto na Europa, mas a Sub Pop está muito contente conosco.

Esse tipo de jornalismo egocêntrico e negativo combina muito mais com um blog do que com um jornal. Eu não entendi de onde veio essa bronca toda com a Folha por ela estar cobrindo nosso trabalho de forma tão profissional. São tantas bandas internacionais mencionadas sempre na Folha, algumas delas bem menores que o CSS...

E você acha que acabou? Não, a coluna Escuta Aqui dessa semana tem um comentário do Álvaro sobre a réplica do Adriano (detalhe: estamos falando do homem que descobriu Yong Folks essa semana, e escreve sobre música na folha). Numa coluna cheia de pontadas ele finalmente chega ao ponto em:

Nesta página, o baterista do Cansei de Ser Sexy, Adriano Cintra, ataca "Escuta Aqui" da semana passada. Na coluna, eu critiquei a cobertura, que considero excessiva e aduladora, que a banda recebe da imprensa brasileira, Folha à frente. Adriano rejeitou meus pontos de vista e defendeu a atenção -"profissional e íntegra"- que o jornal lhe dá. Deve ser a primeira vez desde Gutenberg que um artista escreve a um jornal não para reclamar da cobertura que recebe, mas para declarar apoio. Obrigado, Adriano: era esse mesmo meu ponto.

Ufa, chega de pontadas públicas. Sabe qual é a minha conclusão? A mesma do Hector Lima! Vou roubar o texto dele na poplist sem a permissão do mesmo (processa eu, caray). O namorado da Durante disse:

Apesar de parte da cobertura [bem pequena até, se comparar à de fora] do cansei no Brasil ser
fruto do sentimento colonizado de 'nossas meninas chegaram lá' que impulsiona matérias do mesmo naipe no esporte, cinema, HQ e afins, esse é o problema menor na discussão. O problema maior é jornalístico: por mais que escreva uma coluna de opinião, o apj [que não merece um tido de atenção do Adriano - mas a gente sabe que ele não se segura] usou dados muito mal apurados p/ soltar uma conclusão tendenciosa. Ele sempre odiou a banda, como falava no programa de rádio garagem. Quando entrevistou a banda no TIM [ou campari, não lembro] já soltou o clássico 'são gente boa mas a banda é uma merda'. Deve estar nos arquivos do site isso.

o que ele fez no texto é o que policial safado ou incompetente faz: força a prova p/ culpar um suspeito, e não através dela chega a uma conclusão e um culpado real. P/ mim ele foi incompetente demais e a gente sabe que mal intencionado. Afinal não é a banda que ele quer que tá bombando como o Cansei. É a polêmica pela polêmica, é o desespero de ver que não funciona há tempos ser o Paulo Francis genérico do folhateen [porra, do folhateen]. É o mesmo cara que há uns anos falou que Brasil não é lugar de rock, que não tem cena organizada aqui, que ninguém tem site ou merchandising ou demo quando o jornalista pede na hora do show [lembro que isso deixou o Nobre putaço na época]. Enfim, é o cutuco de um cara desconectado com o que rola, infelizmente, porque ele escreve com certo estilo. Pena que use isso pro mal.

Se sai menos sobre as outras bandas daqui na imprensa é porque nenhuma dessas bandas tá rolando como o cansei. Falam que o que rola com eles é pequeno e a cobertura desmerecida, e eu desafio pegar qualquer nome da lista de bandas boas que vcs trocaram aqui semana passada e perguntar p/ pessoas leigas de música se conhecem. Pergunta do cansei junto. Vê qual vai ser mais reconhecida. É a cobertura da imprensa vai atrás disso.

butcher's é fudido, tenho quase todos os discos, mas o cansei é melhor [na minha noção de melhor]. E mais divertido, com mais apelo pop. logo, tem mais cobertura. Isso faz do css pra imprensa uma banda melhor. Até porque as chances de o tbo virar como cansei eram menores em termos de apelo sonoro, vamos ser realistas.

Muito bem dito Hector, eu não faria melhor!


Obs.: Mais, no blog do Raphael, inclusive mp3 to download!