domingo, maio 20

Como foi o lançamento da
IN NEW MUSIC WE TRUST “
Ao Vivo”?
que aconteceu dia 11 de Maio, no Porão Rock Club


Antes de tudo, por que fazer uma versão “Ao vivo” do projeto? Bom, a confraternização em modo discotecagem é ótima, porém nunca foi suficiente. Mas, tínhamos de começar de algum modo, há dois anos atrás, certo? Sendo assim, we did it! E então fomos nós...

Com o tempo, o foco se ampliou, assim como nossa pesquisa por bandas novas e lançamentos. E aí, a vontade de que os outros conhecessem, ouvissem alguma música ou banda nova nacionais foi crescendo, como no começo do projeto essa vontade foi a força motora. “Meo, tem uma banda inglesa nova, que vai se fuder, boa pra caralho, to de cara”. (No caso, Libertines).

Hoje, a gente já conversa também do seguinte modo. “Cara, tem um banda do Recife que é de fude. River Raid, conhece?” E, isso, não por nacionalismo, nem por pressão de puristas, e sim pela ampliação do foco mesmo. E não só no rock, afinal no set do Marco hoje tu ouve Montage, no da rola Karine Alexandrino, no meu Digitaria...

Nas pistas, agora, também se canta em português. E por aí vai.


Entre uma “Party” e outra “Ao Vivo”

Como escrevi na comunidade do Orkut, o trabalho pra organizar a versão “Ao Vivo” é 10x mais que o da "Party". Some aí 10x mais variáveis, 10x mais problemas, 10x mais risco e, ao final, o rendimento é pela metade, devido aos altos custos.

Então, matematicamente, não faz sentido. Por isso que quem entra nessa se joga por paixão mesmo, pela pira e loucura que é fazer isso e, depois, a satisfação, afinal a experiência disso tudo é muito valorosa. Eis o que importa, pra quem está disposto e está ligado como rola.

Tanto, que quem não aguenta, morre logo. No meu caso, a despeito de todos os pesares, estamos aí, já trabalhando na próxima. Mas, antes de falar desta...



Como foi o lançamento?

Muito tenso. Vou resumir os problemas do dia nisso. Quem quiser saber detalhes, conversa comigo pessoalmente, que eu desabafo. (Que drama, Denis). No mais, durante aquela noite, quanto mais tempo passava, mais gente chegava e as bandas iam se revezando, a tensão diminuindo, as más surpresas cessando e as boas ecoando... Eu pude relaxar um pouco e perceber que, apesar dos pesares, estava tudo sob controle.

Os shows e o público ajudaram, afinal, tanto os The Tamborines quanto os Fogotten Boys mandaram bem. Os primeiros foram grandes. Os segundos foram fortes. Já Hidráulica e Anacrônica eu não pude ver com atenção, nesse dia.



The Tamborines

No Domingo, eu pude rever o show, no James, e com eles tirando côver dos Beatles, em Tomorrow never knows (quase morri, nessa hora). Mas, nesse dia, mandaram mais de leve. Na sexta, eu vira um show grande, com o potencial exposto, ainda que não usado de todo.

O som não estava bom, naquela hora a mesa de som dava problemas, o equipamento não estava 100% portanto, mas a performance do grupo segurou a onda e eles mandaram ver feito gente grande, sem o público notar a tensão lá atrás. Que bom.

E a banda, que eu passei a admirar conforme fui conhecendo melhor, não me decepcionou ao vivo, eles têm muito poder e sabem fazer um show foda. Ao final, foi ótimo trazê-los pra INMWT, pro lançamento, foi bom vê-los melhor no Domingo, comprar o Vinil e guardar as lembranças da passagem dos Tomb’s por aqui assim.



Forgotten Boys

O que foi aquilo? Uma rajada sonora ecoando as paredes maciças do Porão. Pra quem esperava as canções mais pop, as poucas baladinhas em português, esse alguém viu outro show, não foi ? Uma imensidão sonora, com muitas guitarras e batidas fortes. Fiquei impressionado. Show forte pacas, sem se tornar gritaria e ruído exacerbado.

Como eu tive de me deter com mais atenção nos Forgotten, durante mais de um mês antes do lançamento da INMWT “Ao Vivo”, acabei tendo a dimensão do quanto essa banda é realmente foda e tem um som, que a despeito de ser parecido com algum outro (ora Rolling Stones, ora Ramones, ora Supergrass), é feito em alto nível. Não por caso, estão aí até hoje sobrevivendo do underground, já que não tiveram acesso à grande mídia.

Aliás, numa das conversas com o Vagner, empresário deles, esclareci a questão, acima:

– O FB faz questão de viver nesse meio underground, sem necessariamente alcançar a grande mídia e atingir um público maior? Pois, terceiro álbum, som do caralho, banda significativa já e nada de alterar o som pra ganhar a massa. É por opção? – Perguntei.
– Nada, cara. É a segmentação da mídia mesmo, que não os elege. É a indústria da música no Brasil, cara, funciona assim, diferente de outros mercados...

Apesar dos Forgotten Boys terem colocado três músicas em português (dizem algumas línguas aí que foi “por sugestão da gravadora”), no último álbum (Stand by the DANCE, 2005), ficou claro que na veia deles corre um sangue rockeiro de primeira, que pode até se tornar uma balada em uma ou outra música, mas que não leva muito jeito pra ser pop, no sentido chiclete do termo.

Aí, a gente entende as músicas em português ali (Não vou ficar, Blá blá blá e 5 mentiras). E, digo isso não por estarem deslocadas, e sim por estarem na medida, sem eles perderem a personalidade ou mancharem o caráter. Deste jeito, o rock cantado em português tem jeito, pois elas entram no álbum sem causarem estranheza. E, pra quem acha difícil compor em português (algum dos integrantes comentou isso em alguma entrevista), está muito acima de muita banda nacional reconhecida como boa, que canta só em português.

Por isso tudo, será que os Forgotten estão acima da média, então? Esses caras merecem isso e ainda mais. Vida longa a eles.


Vídeo

Tosco, galera. Foi mal. Mas, tem umas fotinhos bacanas, musiquinhas, agradecimentos. Considera aí, vai!


Agradecimentos especiais

Já o fiz no vídeo, mas deixarei também aqui, escrito. À Cindy e ao Paulo, do Porão Rock Club. Ao bar James e a Drumshop. Às bandas Anacrônica e Hidráulica. Ao Murilo, do Hotel Globo. E também: Guga Azevedo, Lampadinha, Vagner Garcia, Fabiana da ST2, Henrique Less, Mauricião, Marina Lang, Adriane Perin, Juliana Girardi, e à Cá Cardoso e ao Marco Mazzarotto, por ficarem sempre ao meu lado seja onde for ; ) E, ao público, que compareceu esgotando os ingressos colocados à venda.

Para o maior conforto de todos, a gente diminuiu o número de ingressos à venda, ainda mais, no dia. Então, apesar de ter aumentado pra R$20, na hora (bem poucos pagaram esse valor), isso se deu pelo fato de que lá dentro teriam então apenas 300 pessoas, não mais 350, como havíamos limitado antes. Decisão de última, pra dar ainda mais conforto à galera e oferecer uma noite de qualidade, como foi. Ninguém se espremeu, todos puderam ver os shows, não estava o maior calor, nem o motivo pra aumentar foi o lucro.

Tudo que a gente da INMWT faz é pensando também no conforto do público e na qualidade do evento, que fique registrado isso aqui, ok? São mais de 20 edições da INMWT "Party" já e só a 1ª da "INMWT Ao Vivo". E vocês têm ido, acredito que isso seja um reconhecimento aí da galera ao menos de que a gente faz um trabalho em prol antes do meio do que pessoal. E, ao que tudo indica, ambas as versões têm muito pela frente ainda, faremos bem mais e melhor.


Próxima Edição, em Junho

Vou dar vida ao boato. Estamos armando uma tour pra Junho, que é a idéia inicial do projeto, sempre trazer alguma banda e levar uma daqui pra percorrer as cidades de Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa. Eis o que está pra rolar em Junho.

A banda em questão já dedicou a agenda pra nós. As cidades estão quase todas dentro. Os custos altos apesar de assustarem, não impedem de a gente encarar o risco. E, vamo que vamo!

Logo, informo tudinho a respeito e encherei teu saco pra ir prestigiar, pois sem o público de nada adianta.

E, a de Julho, também já está sendo armada...

Até elas!

; )