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INMWT "Ao Vivo"
Audiograma
Conheça melhor a banda que abre os shows do Sábado, 14

Qual é o peso do som? Como medi-lo? A medida é "audiograma".

É bem isso que é essa banda curitibana, que pode ser apontada como uma das bandas revelações de 2007 no rock local: O peso na medida certa, o equilíbrio entre o peso e a melodia. Mesmo com guitarras distorcidas e o vocal rasgado do vocalista Carpa, a melodia não perde em nada e as músicas são carregadas de sentimento e reflexão.

Em seu 1º EP, homônimo, que contêm 6 faixas compostas pela banda, o Audiograma já mostra uma identidade diferente do que tem se visto no rock atual, fugindo bastante das referências neo-retrô apresentadas pelas bandas do momento.

Na faixa "Amanhã", que abre o disco, a banda não poderia se apresentar de melhor forma: "Não quero ser espelho de ninguém". Com letras inteligentes e carregadas de desabafos, Audiograma mostra que apesar de ser uma banda nova, já tem uma identidade extremamente forte e marcante e tem um potencial gigantesco pela frente.

Lucas Siqueira
Basement Productions
Especialmente pra INMWT

Ouça
a música "Amanhã", faixa que abre o EP da banda, enquanto tu lê ; )

História

Originalmente a banda foi formada por três músicos que começaram a tocar juntos ainda no colégio em meados de 1998. A idéia inicial era que os três pudessem aprender em conjunto a tocar seus instrumentos. Após uma pausa, Carlos Vaz (guitarra e voz), Leandro Lauer (baixo) e Téo Travagin (bateria), resolveram reatar o projeto. Formou-se então a Audiograma.

Oficialmente, ela existe desde 2004, mas o som simples e profundo ganhou corpo no final de 2006 com o lançamento do CD demo, juntamente com a transformação do trio em quarteto com a entrada de Zé Nichetti (guitarra). Desde então, a Audiograma passou a integrar o grupo das bandas curitibanas que investem em idéias e batalham pelo som próprio.

A evolução da banda é constante. Pouco tempo após o lançamento do CD, conquistou boas críticas e foi convidada para tocar em festivais como o National Garage e o Vozearia. A música “Insônia” é executada em programas da cena local, e o número de shows nas mais freqüentadas casas noturnas de rock de Curitiba aumenta a cada apresentação.

O grupo que começou tocando covers de Nirvana, Pearl Jam, Foo Fighters, Oasis, Ramones, entre tantas outras bandas de rock (principalmente dos anos 90), está cada vez mais sendo reconhecida pelo seu trabalho próprio e pretende investir maior tempo em novas composições.

EP “Audiograma”

Não existe uma definição concreta do som da Audiograma. O CD demo é pesado, conciliando melodias alegres e letras melancólicas e introspectivas. É distorcido sem irritar e incomoda a ponto de querer ouvir mais. É autêntico, sem negar a importância das bandas que mais a influenciaram. Todo o ‘non sense’ presente nas músicas só fazem sentido quando abstraímos do que esperamos conhecer e conhecemos o que não esperamos. O som da Audiograma revelou-se uma união indissociável entre letra e melodia.

Se não há como definir a Audiograma, há ao menos como ouvir. De preferência muito alto.

Repercussão

Hoje vou falar de uma novata aqui de Curitiba, que me deixou com boas impressões diante da estréia em disco. É a Audiograma e seu caprichado EP homônimo, com faixas combinando boas letras e climas mareados de noise. Provoca boas lembranças de outras independentes, sem parecer, mas por vislumbrar elementos similares na construção de sua sonoridade - que às vezes fica na praia do tal emo, intercalando climas mais densos. Os melhores momentos são quando se afasta dos trejeitos óbvios para criar texturas. Também são bons os momentos pop, que conseguem se desvencilhar dos vícios vocais, mostrando potencial bom. Alguns momentos me lembraram, mesmo que rapidamente, a capixaba lesi.o.nada, e uma densidade que remete a Blanched – mas, a curitibana está longe da força dessas duas bandas, talvez até queira algo mais hard-pop.

No dia em que passou no jornal pra deixar o disco, o representante do grupo contava que agora os músicos alcançaram a coragem para mostrar suas músicas. Ainda bem que fizeram isso, porque o disco é promissor. Audiograma são Carlos Vaz (vos, guitarra), Leandro Lauer ( baixo), Téo Travagin (bateria) e Zé Nichetti (guitarra). “Insônia”, é a mais climática (“Um cigarro e o cinzeiro me acompanham nesta noite tão vazia/ núvens negras no meu quarto me distraem/com pensamentos do meu dia/ vou lutando contra o tempo esperando a consciência me deixar”). Outra climática é “da Próxima Vez”, que também margeia um hardcore pop que vem do mainstream brasileiro. “Domingo” também é boa (“Não há um motivo especial, mas me sinto tão aflito/ sinto que sou um quase nada/ uma coisa sem sentido/pensando no amanhã/ só enxergo meu passado/o futuro é obscuro e o presente está passando/ todo domingo a noite é assim”).

A banda precisa de tempo, mas há tempos eu não ficava animada assim com um grupo novo daqui.